Resenha | Mas Tem Que Ser Mesmo Para Sempre?, por Sophie Kinsella

Capa do livro resenhado

Ficha Técnica

Gênero: Chick Lit
Nome original: Surprise Me
Publicação: 2018
Editora: Record
478 páginas

Sinopse

Juntos há dez anos, Sylvie e Dan compartilham uma vida feliz: uma bela casa, bons empregos, duas filhas lindas, além de um relacionamento tão simbiótico que eles sempre terminam a fala um do outro. No entanto, quando os dois vão ao médico, ouvem que sua saúde é tão boa que provavelmente vão viver mais uns 68 anos juntos... E é aí que o pânico se instala. Eles nunca imaginaram que o "até que a morte nos separe" pudesse significar sete décadas de convivência. Em nome da sobrevivência do casamento, eles rapidamente bolam um plano para manter acesa a chama da paixão: de um jeito criativo e dinâmico, passam a fazer pequenas surpresas mútuas, a fim de que seus anos (extras) juntos nunca se tornem um tédio. Porém, assim que o Projeto Surpresa é colocado em prática, contratempos acontecem e segredos vêm à tona, o que ameaça sua relação aparentemente inabalável. Quando um escândalo do passado é revelado e algumas importantes verdades não ditas são questionadas, os dois – que antes tinham certeza de se conhecerem melhor do que ninguém – começam a se perguntar: quem é essa pessoa de verdade?

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Resenha

Uma história em primeira pessoa, narrada por Sylvie Winter, casada com Dan Winter. Logo de início, o casal recebe a notícia de que sua expectativa de vida é alta e provavelmente viverão muitas décadas. O que a princípio deveria ser só alegria, traz um estranho desespero aos dois, o que também lhes surpreende, afinal a vida deles era perfeita... Ou não será que não?

Uma mulher bem desastrada e acredita viver uma vida incrível, Sylvie teve no casamento duas gêmeas de cinco anos que tornam tudo bem movimentado, e trabalha na instituição de caridade "Willoughby House", mantida pelo acervo herdado da família da Sra. Kendrick, sua chefe, que é uma senhora, digamos "tradicional", e as coisas no trabalho se agitam quando Robert Kendrick, seu sobrinho, passa a intervir na instituição.

Ela perdeu o pai e teve um luto muito intenso, tanto que ainda fica um pouco mal quando se lembra dele. Aparentemente, por mais perfeito que seja seu matrimônio, seu marido tem algumas questões com sua família e isso a deixa chateada, principalmente porque ela mal consegue conversar sobre seu pai com Dan.

A fim de tornar seu casamento mais emocionante após a fatídica consulta médica, Sylvie sugere a Dan que eles façam algumas surpresas um ao outro, mas as coisas começam a desandar a partir daí, ficando claro que a perspectiva de passar tantos anos juntos acaba por expor a falta de cumplicidade deles e os esqueletos escondidos no armário de suas vidas.

[...] Queria ser o que elas acham que sou. Queria ter todas as respostas para elas. Quantos anos terão quando perceberem que não tenho? Que ninguém tem? Enquanto olho seus rostinhos questionadores, acho insuportável a ideia de que um dia minhas meninas saberão de toda merda que há de verdade neste mundo, e que vão ter de lidar com isso, e que eu não vou poder consertar tudo para elas. [...]

Um livro muito divertido e com personagens bastante cativantes — Tilda, melhor vizinha! —, mas como acontece uma hora outra, Sophie Kinsella traz um enredo que nos deixa tantas questões...

Por mais romântica que eu seja, sou realista e sei que o amor romântico da literatura e do imaginário geral não passa de idealização e uma construção social; é lindo quando vemos raros casais que conseguem viver toda uma vida de amor honesto e verdadeiro, mas isso é exceção, e não a regra. Além disso, nenhuma relação é completamente perfeita, e ter noção disso poderia evitar muitas decepções ao longo da vida, e aquele "eterno enquanto dura" não iria machucar tanto, apenas tornaria relacionamentos terminados em boas memórias.

[...] Amar é achar uma pessoa infinitamente fascinante. [...] — E portanto... não é uma conquista, minha querida. [...] — É, sim, um privilégio. [...]

Gostei bastante das provocações feitas por essa leitura. Não conheço a fórmula do amor perfeito, mas creio piamente que uma relação com muita conversa é o caminho certo para uma felicidade conjugal, pois mesmo em uma relação aparentemente perfeita, muitos problemas podem estar sendo apenas ignorados.

[...] — Se amar é fácil, então você não está amando direito. [...]

Visão Geral

Plot 9,5
Personagens 9,5
Impacto Pessoal 7
Final 9

Em Suma

Divertido. Tocante. Indispensável | 8,6

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