Resenha | 9 e 1/2 Semanas de Amor, por Elizabeth McNeill

Capa do livro resenhado

Ficha Técnica

Gênero: Romance Erótico/ Drama/ (Semi) Autobiográfico
Nome original: Nine 1⁄2 Weeks
Primeira Publicação: 1978
Publicação: 2013
Editora: Universo dos Livros
115 páginas

Sinopse

Elizabeth McNeill era uma executiva em uma grande corporação quando começou um tórrido romance com um homem que conheceu por acaso. A excitação sexual dos dois era tão intensa que, à medida que o relacionamento progredia, eles se jogavam em variações cada vez mais perigosas e elaboradas daquela fantasia – até Elizabeth renunciar todo o controle sobre seu próprio corpo e mente. Com um distanciamento que torna as experiências e sensações que descreve ainda mais assustadoras, Elizabeth McNeill revela, habilidosamente, sua história e convida o leitor para o mundo hipnotizante, sexy e perigoso de 9 e 1/2 semanas de amor – um mundo que você não vai esquecer tão cedo.

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Resenha

Em primeira pessoa, com capítulos curtos e escrita simples e direta, nessa obra de inspiração autobiográfica há a descrição de alguns acontecimentos da vida de uma mulher que passa a viver como submissa em um relacionamento com um dominador, em um texto sem muita romantização, e que apesar de descrever muito da rotina de ambos não traz grande aprofundamento dos detalhes do relacionamento dos dois.

Pude perceber que apesar de ela sofrer, estar ao lado dele era um tipo de vício. É meio angustiante em certos momentos, pois ela deixa de ser uma pessoa adulta com suas próprias decisões e passa a ser uma marionete nas mãos de seu par, que tinha pouco ou nenhum cuidado com seus sentimentos.

[...] – “Tenho vergonha.” – ele repete. Seu tom de voz é inexpressivo; não há nenhuma inflexão sarcástica, assim como não há sinal de raiva no que ele diz em seguida. – Você é bem estúpida, não é? Ainda não percebeu como é com a gente. [...]

Nunca fui grande fã da temática BDSM na literatura — e não estou me referindo a clássicos como "120 Dias de Sodoma", pois sei que ali tem um assunto pesadíssimo e que esta resenhista ainda está tentando criar estômago para ler na íntegra; me refiro a obras mais contemporâneas, algumas até populares.

Esse livro nos permite entender o quão degradante pode ser para uma pessoa o papel de submissa nesse tipo de relacionamento, e como em um piscar de olhos pode vir a se tornar abusivo. É como se toda a sua vida e sua sorte estivesse nas mãos do outro; se por acaso esse outro não for alguém que se preocupe contigo, você se põe em uma situação muito periclitante. Suponho que possam haver relações consensuais e felizes neste estilo de vida, mas realmente é uma questão um tanto delicada, já que necessita de muita exposição e vulnerabilidade de uma das partes.

Não espere grandes emoções e reviravoltas. Leia como se fosse um diário com relatos do que a personagem viveu; se for por esse lado, provavelmente você também irá achar interessante ter uma contraposição mais realista a respeito desse tema, e de como pode ser desvantajosa a situação de se colocar subjugado a alguém nesse nível.

Curiosidades

  • No lançamento do livro Elizabeth McNeill foi apresentada como uma executiva de uma grande empresa, mas em 1983 o editor Steven Aronson revelou sua verdadeira identidade – Ingeborg Day, editora da revista feminista “Ms.”. Publicou “Ghost Waltz”, sobre o passado nazista da sua família. No entanto, até à morte, em 2011, nunca assumiu a autoria do livro que lhe deu fama (informação extraída do site Correio da Manhã, de Portugal);
  • Existe uma adaptação cinematográfica com nome "Nove e Meia Semanas de Amor", de 1986, com Kim Basinger e Mickey Rourke, direção de Adrian Lyne.

Visão Geral

Plot 8,5
Personagens 8,5
Impacto Pessoal 7,5
Final 9

Em Suma

Verdadeiro. Esclarecedor. Marcante | 8,4

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