Resenha | CORTE DE NÉVOA E FÚRIA, por Sarah J. Maas

Capa do livro resenhado

Ficha Técnica

Corte de Espinhos e Rosas/ ACOTAR Volume 2
Gênero: Young Adult (ou New Adult? 😬)/ Fantasia
Nome original: A Court of Mist and Fury
Publicação: 2016
Editora: Record/ Galera
658 páginas

Sinopse

Neste livro, seguimos a saga de Feyre Archeron, que morreu Sob a Montanha. Nas garras de Amarantha, a jovem humana que ansiava por amor e proteção deixou de existir. Das cinzas de seu velho eu, Feyre Quebradora da Maldição foi Feita - com poderes de sete Grão-Feéricos... e uma vontade tão férrea quanto o metal temido por eles. Seu coração no entanto, permanece humano, vulnerável. Incapaz de esquecer o que sofreu para libertar o povo de Tamlin... e o pacto firmado com Rhysand, senhor da Corte Noturna. Mas mesmo assim, Feyre se esforça para reconstruir o lar que criou na Corte Primaveril. Então por que é ao lado de Rhys que ela se sente mais plena? Peça-chave num jogo que desconhece. Feyre deve aprender rapidamente do que á capaz. E curar sua alma partida. Pois um antigo mal, muito pior que Amarantha, se agita no horizonte... um que ameaça não apenas os feéricos, mas o mundo humano e a muralha também. Enquanto navega por uma teia de intrigas políticas, paixões e poder, sufocada por Tamlin, Feyre precisa decidir o que deseja: amor ou liberdade?

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Resenha

Os eventos finais de Corte de Espinhos e Rosas deixaram marcas bem profundas tanto em Feyre quanto em Tamlin. Ambos aparentemente estão sofrendo uma espécie de estresse pós-traumático, o que trouxe consequências desanimadoras para seu relacionamento tão recente, e aquilo que vimos ser construído e desenvolvido de forma tão bonita parece estar ruindo.

A fim de trazer maior estabilidade à corte e segurança para Feyre, Tamlin dá ouvidos à recém-chegada sacerdotisa Ianthe, que voltou à Prythian depois da derrota de Amarantha. E isso torna a vida de Feyre quase insuportável, pois ela acaba sendo pressionada ao máximo e ainda assim tendo sempre que manter a pose, como se tudo estivesse na mais perfeita ordem, mesmo enquanto que por dentro seus sentimentos estão confusos e misturados.

Por mais que tenha sentimentos sinceros por Feyre, toda a situação trouxe à tona o lado mais sombrio e possessivo de Tamlin. Apesar de ter sido claramente afetado pelos terrores de Sob a Montanha, ele se torna intransigente demais, e a chegada de Rhys à equação só o deixa ainda mais com os nervos à flor da pele, pois o Senhor da Corte Noturna levará Feyre uma semana por mês para longe dele. E pior (para Tamlin, no caso): Feyre começa a encontrar mais paz ao lado do inimigo de seu amado.

Eu tive sentimentos conflituosos em relação a esse livro; a autora subverteu muito o clichê e conseguiu me fazer ficar reflexiva a respeito de expectativas em relacionamentos amorosos. E ela traz uma Feyre tão machucada – e chatinha – e tão realista que não tive como não me conectar.

O depois do “felizes para sempre” acabou sendo um soco no estômago em alguns momentos; acho muito precioso autores que conseguem fazer isso em um gênero tão subestimado como a fantasia de YA (ou New Adult, como falei na resenha do livro um); o tanto de camadas que tem aqui me deixou encantada.

Quanto aos acontecimentos gerais da trama, a autora expande bastante o universo ao apresentar novos personagens e maior detalhamento da cultura e mitologia, além de também mostrar como está o clima de tensão após a morte de Amarantha e a expectativa de novas investidas de Hybern. Os novos poderes de Feyre trazem um elemento a mais para a série, e têm sido bem explorados até aqui.

Comentários Com Spoiler ⚠️

Eu sofri demais com a situação de Tamlin e Feyre! Apesar da estranha distância dele durante os eventos de Sob a Montanha – que eu entendi a princípio como hesitação para a coisa toda não piorar –, eu tinha me apegado demais ao casal clássico e clichê. Ele bravo mas amável, ela sofrida e querendo ser cuidada.

Então quando só esperava umas briguinhas com uma reconciliação fofa, talvez um triângulo amoroso sem grandes chances de mudanças, pá! Tomo na fuça uma situação de relacionamento abusivo entre duas pessoas (feéricos, no caso) totalmente desestabilizadas emocionalmente.

Os sentimentos de Feyre estão muito mais sensíveis, enquanto Tamlin se tornou muito controlador e perdeu o pouco da doçura que tinha. Como cada um se afastou para um canto e escondeu suas dores, tudo só se acumulou. Quando Tamlin passa dos limites e Rhys a ajudar a se reerguer foi que eu fiquei ainda mais confusa com tudo!

Acho que o fato de ela desenvolver sentimentos por Rhys tão rapidamente foi o que me deixou mais triste pela história dela com Tamlin. Acho que eu fiquei de luto pela relação deles, pois começou de modo tão natural e bonito no livro um... Só que no final das contas, Rhys se mostra tão, mas TÃO fofo que logo não pude fazer mais nada além de shippar e lamentar por Tamlin.

Que fique claro: não estou dizendo que Tamlin estava certo em ser abusivo nem nada, mas é que autora humanizou ele de tal modo no primeiro volume que eu conseguia ver ele além do jeito ranzinza. O ponto de virada para mim foi no momento do ataque de fúria dele, e até ali fiquei meio “assim”, pois não sabia dizer se os critérios de violência entre feéricos na obra seria equiparável aos com humanos, mas vi que eu estava pensando longe demais, então logo percebi que sim.

Até aquele momento, aliás, eu sempre criava uma desculpa na minha cabeça para que ele pudesse se redimir com ela e tal. Já pensava até em como ela poderia fazê-lo rastejar por perdão. Enfim, só ilusões.

Ah, e só para constar... Nestha é muito insuportável! Eu nem lembrava tantos detalhes sobre ela, apenas que eu não gostava da sua arrogância, mas até aqui na releitura estou detestando essa mala-sem-alça.

Visão Geral

Plot 9
Personagens 9,5
Impacto Pessoal 9
Final 10

Em Suma

Empolgante. Divertido. Aquece o Coração | 9,4

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