Resenha | SWEET TOOTH, por Jeff Lemire
Ficha Técnica
Tipo: Graphic Novel
Autoria/ Arte: Jeff Lemire
Gênero: Distopia/ Aventura/ Ficção Científica (+18)
Editora: Panini/ DC Black Label
Período Original de Publicação: 2009-2013
Publicação: 2021
Volumes: 3 (40 na publicação original)
Formato: 18,5 x 27,5 cm
Páginas (1ª Volume): 296 (nas publicações originais, eram ~25
páginas)
Sinopse
Há sete anos, o Flagelo assolou a humanidade como um incêndio descontrolado em uma floresta seca e matou bilhões. As únicas crianças nascidas após o evento são híbridas, uma nova espécie que mescla características humanas e animais. Gus é uma dessas crianças ameaçadas, um menino com uma alma dócil, uma queda por doces e traços de cervo. Mas garotos como ele têm a cabeça a prêmio. Quando seu lar é atacado por caçadores inescrupulosos, um homem misterioso e violento aparece para lhe salvar. O nome dele é Jepperd e ele promete levar o jovem até a mítica Reserva, um paraíso para crianças híbridas. Durante o tempo que seguirão juntos, Jepperd corromperá a inocência do jovem híbrido ou a pureza de Gus amolecerá o bruto coração de Jepperd?
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Resenha
Logo de cara é perceptível o estado desse mundo pós-apocalíptico, terrivelmente destruído. Há uma pandemia que não poupa nenhuma pessoa comum, exceto seres de uma nova raça de seres híbridos (metade humano, metade animal), dos quais não se sabe muita coisa, apenas que nascem de humanos ditos "normais". Essa situação causa nessas humanos o misto de medo, desprezo e ódio em relação à essa nova geração.
Correlacionar a presença das novas crianças à estranha praga só acentua as atitudes desumanas nas pessoas; há diversas experimentações nos pobres pequeninos, que sempre acabam tendo um triste fim. Eles, além de vulneráveis por serem tão jovens, têm que lutar pela vida em meio a tanto pânico causado por resultado do preconceito, isso sem falar de diversas seitas e grupos que os perseguem apenas por serem diferentes.
Em meio a essa situação desse mundo devastado, Gus, apelidado de Sweet Tooth, é uma criança que cresceu isolada com o pai em uma cabana na floresta, e nunca teve contato com o mundo exterior. Após a morte de seu pai, ele se vê sozinho e curioso, e após alguns eventos, acaba viajando o mundo ao lado de Jepperd, um homem que já passou por experiências terríveis e que mantém uma ambiguidade de caráter que certas vezes é difícil de interpretar, o que o torna uma caixinha de surpresas.
Ao longo da obra somos apresentados a vários personagens, e o enredo não se prende apenas ao apocalipse em si ou na questão de as pessoas estarem desesperadas para conseguir uma cura. Há muito do pior e do melhor da humanidade, e tudo bem exposto de forma crua, tornando a obra bastante emocional. Mas para além de todo o desenvolvimento psicológico, há ainda uma trama com uma mitologia bem escrita, e em dado momento, é apresentado um mistério que só torna tudo muito mais interessante a cada edição.
É perceptível ali o quanto a humanidade chegou a um ponto de quase ausência de compaixão e solidariedade, e em muitos momentos é palpável a angustia dos personagens, além do amadurecimento precoce de Gus e do necessário propósito de vida que Jepperd encontra em seu caminho.
Gostei bastante da arte de Jeff, pois me trouxe a sensação do fim iminente da sociedade humana, além de mostrar com facilidade toda a sujidade (interna e externa) a qual todos estavam expostos. A desesperança é presente em toda a obra, mas sempre com um pequeno brilho de luz vindo das crianças e também, às vezes, dos adultos que sentiam um fio de esperança brotar ao ajudar aqueles jovens sobreviventes. Vou lembrar dessa leitura por muito tempo!
Curiosidades
Em alguns arcos da história, Jeff Lemire é substituído por Matt Kindt, que traz uma arte belíssima em aquarela que tem tudo a ver com o contexto passado no enredo.
Visão Geral da Série
Em Suma
Empolgante. Emocionante. Verdadeiro | 9
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