Resenha | CIDADE DO FOGO CELESTIAL, por Cassandra Clare

Capa do livro resenhado

Ficha Técnica

Instrumentos Mortais Volume 6
[Universo dos Caçadores de Sombras]
Gênero: Young Adult/ Baixa Fantasia
Publicação: 2014
Editora: Record/ Galera
532 páginas

Sinopse

Irmão contra irmã. Alianças quebradas. Morte, sangue, icor demoníaco. Sebastian Morgenstern espalha o terror pelo universo dos Nephilim e, ainda, pelo Submundo. Nada parece segurar sua sede de poder. Acuada, a elite armada dos Nephilim se exila em Idris. Mas nem mesmo as barreiras mágicas parecem capazes de conter Sebastian. E com os Caçadores de Sombras encurralados, quem defenderá o mundo dos demônios? Quando uma das mais surpreendentes traições vem à luz, Clary, Jace, Izzy, Simon e Alec precisam fugir ― mesmo que sua jornada os leve aos mais assustadores reinos inferiores, onde nenhum Caçador de Sombras pisou antes e de onde nenhum ser humano jamais retornou.

Compre e Leia


Resenha

O volume final de Instrumentos Mortais já começa com cenas fortes e acontecimentos impactantes. Desde o prólogo notei que iria me empolgar bastante na leitura. Sebastian continua com seu propósito maléfico de dominar o mundo – bem quadrinhos isso –, e para cumprir tal objetivo, conta com a ajuda dos Crepusculares, seu séquito de Caçadores “versão maligna”, para capturar novos soldados e destruir quaisquer um que entre em seu caminho.

Sem grandes surpresas, a Clave e sua eterna presunção mais atrapalha do que ajuda na defesa dos Institutos e Caçadores; os confusos escolhidos do anjo Raziel consideram até mesmo entregar o jovem casal ao doentio “irmão” de ambos. Então, após conseguirem um forte indício de onde se encontra Sebastian, cabe a Clary, Jace e companhia a tarefa de partir em busca de uma solução para essa guerra. O problema é que eles se dirigem a um local tão perigoso que há enorme chance de não sobreviverem, o que não diminui em nada a sua determinação.

Mesmo sendo relativamente longo, este livro não é lento nem arrastado, muito pelo contrário. Gostei muito do ritmo da história – que se mantém até o final – e do tom levemente mais sombrio – pelo menos foi minha sensação – que os outros lidos até aqui. Os personagens parecem mais velhos; na verdade, pouco tempo se passou – seis meses ou algo assim – mas todos parecem muito mais maduros do que no começo. Eles ainda são adolescentes, claro, e alguns dos personagens mais novos da série são ainda mais jovens, mas o desenvolvimento deles – uns mais, outros menos – foi capaz de torná-los muito interessantes e praticamente meus amigos, de tão familiares ao longo dessa leitura.

Uma pequena comparação com a prequela: o enredo é mais cheio de ação, cada personagem parece importante para a história como uma pequena parte do quebra-cabeça e a luta final é mais intensa e emocionante – embora o outro tenha uma cena rápida e bem impactante –, além de sem dúvidas ter o melhor vilão na segunda trilogia. Instrumentos Mortais é menos dramático e também mais divertido; porém, pessoalmente, prefiro Peças Infernais porque os protagonistas e seus dramas me conquistaram mais e bem mais rápido – dois capítulos x uma trilogia.

Falando dos personagens de outras séries do Universo dos Caçadores de Sombras, aqui temos uma boa cota de participações importantes de Emma e Julian, os futuros protagonistas, além de mais alguns outros personagens de Artifícios das Trevas, dando um ótimo panorama de como a guerra os afeta e suas motivações para os eventos futuros.

Não posso deixar de citar uma cena que só me chamou atenção pelo meu contexto atual. No início da história, Magnus tem uma conversa onde fala com divertido desdém o quanto os adolescentes estão, em meio ao caos e a guerra, preocupados com seus namoros. Para fazer a resenha, eu reli esse livro meio à pandemia; suponho que na época eu tenha tido a mesma percepção dele, mas na situação atual em que o mundo se encontra enquanto escrevo esta observação, percebo que ironicamente isso é muito mais crível do que poderia imaginar.

Afinal, centenas de milhares de pessoas simplesmente ignoram a necessidade de distanciamento social ou de quarentena – arriscando a própria vida e a dos outros, diga-se de passagem –, única e exclusivamente a fim de encontrar uma diversão com alguém e por não conseguir segurar seu foguinho por um tempo – ou ir em locais menos aglomerados, sei lá. A vida imitando a arte e vice-versa, em um eterno ciclo.

Para encerrar, duas coisas que também não poderia deixar passar... Maureen me lembra muito a pequena vampira interpretada por Kirsten Dunst em Entrevista com o Vampiro (filme de 1994. Ainda não li o livro), que também enlouquece; eu tenho um misto de dó e raiva da personagem, uma pena não ter sido mais bem mais explorada. Sobre a separação de Alec e Magnus desde o último volume, eu realmente acho que o caso do Alec não é de simplesmente aceitar a imortalidade de seu amado; ele precisa não se apegar ao fato de ser apenas um grão de areia no que é a “praia” de uma vida próxima da eternidade. Realmente ele tinha o direito de surtar um pouco, mas também acho que o que ele fez foi extremamente grave! Imagina, sequer cogitar em interferir no tempo de vida de quem se ama, sem sequer consultá-lo! Ele realmente foi estúpido, mas esse casal é incrível e vale a pena acompanhar o desenrolar dos fatos.

Comentários Com Spoiler ⚠️

Devo dizer que o final de Sebastian partiu meu pobre coraçãozinho, principalmente quando ele chama a Jocelyn de mãe. Apesar de sua natureza, ele tinha sentimentos honestos por Clary, mas que com o poder do veneno demoníaco, foram transformados em algo vil e deturpado. Dá muita pena ao ver que ele poderia ter sido bom, mas sua essência foi tão corrompida que ele sequer pôde ter a chance de desenvolver qualquer nível de bondade.

[...] ele não havia feito tais coisas, não exatamente. Aquela pessoa, o menino que sua mãe segurava como se ele fosse seu castigo, não era Sebastian [...]”

“[...] Mas eu nasci para ser inteiramente corrompido. [...] Você está vendo apenas o espectro de alguém que poderia ter sido, só isso.
[...] Havia outra pessoa ali, completamente diferente, alguém que nunca tivera chance de viver, e que agora nunca mais teria. [...]

Fiquei boquiaberta pelo final aberto de Simon; na época em que li pela primeira vez, não sabia do spin-off Contos da academia dos caçadores de sombras, então fiquei levemente frustrada. Mas para completar a história dele, realmente vale a pena mais essa leitura.

Visão Geral

Plot 9,5
Personagens 9,5
Impacto Pessoal 9,5
Final 10

Em Suma

Empolgante. Emocionante. Vibrante | 9,6

Compre e Leia

Comentários

Postagens mais visitadas