Resenha | AMOR & ÓDIO IRRESISTÍVEIS, por Christina Lauren

Capa do livro resenhado

Ficha Técnica

Gênero: Romance Contemporâneo
Publicação: 2017
Editora: Universo dos Livros
367 páginas

Sinopse

Carter e Evie imediatamente se conectam e a tensão sexual é inegável, embora o surgimento de um romance seja pouco provável em razão de um encontro embaraçoso em uma festa de Halloween. Além disso, mesmo o fato de que ambos são agentes de talentos de firmas concorrentes em Hollywood não é suficiente para apagar o fogo. Mas, quando as duas agências se fundem – fazendo com que a dupla concorra ao mesmo cargo –, tudo se torna imprevisível. O que poderia ter sido o desabrochar de um belo romance se transforma em guerra declarada de sabotagem mútua. Carter e Evie são profissionais de trinta e poucos anos – então por que não podem agir como tal? Será que Carter vai parar de tentar agradar a todo mundo e ver como o chefe de ambos está fazendo o jogo? Será que Evie pode deixar de lado sua natureza competitiva por tempo suficiente a fim de descobrir o que realmente quer na vida? Será que seus clientes, os atores, podem ser mais humanos?

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Resenha

Nesse livro com uma narrativa em primeira pessoa alternada entre os dois protagonistas Carter Aaron e Evie Abbey, temos a história que achei mais girl power das autoras até o momento. E só para esclarecer, não tem relação nenhuma com as séries Cretino ou Selvagem Irresistível, como o nome pode levar a crer.

O título do livro, aliás, me incomodou um pouco por dar a entender que o casal é do tipo gato-e-rato e que tem discussões bobas que acabam sempre na cama. Nessa obra, porém, não tem apelo excessivo à sensualidade — embora tenha cenas adultas e tensão sexual —, sendo o foco maior na relação dos dois entre si e com o trabalho.

Evie e Carter são ambos agentes de talentos em Los Angeles (LA) que trabalham em diferentes áreas da profissão. Seus amigos em comum tentam "juntá-los" e, apesar de uma leve resistência inicial, a atração dos dois fala mais alto e eles começam a se aproximar.

Por causa de eventos ao decorrer da história, Evie e Carter acabam por ter que concorrer por uma vaga de emprego. Evie, que tem 33 anos e fez carreira na área cinematográfica — o que deixa a história cheia de referências bem legais —, é colocada em uma espécie de "xadrez" que exigirá muito jogo de cintura com Carter, um homem de 28 anos que apesar de muito competente e interessado, ainda não tem conhecimento das nuances envolvidas em trabalhar com cinema, haja vista que ele não tinha experiência. E eles têm que disputar como iguais, o que, mesmo se tratando de um assunto sério no cotidiano, é trazido de modo leve e divertido, principalmente quando eles começam a jogar a maturidade na lixeira e passam fazer hilárias “mini sabotagens” um contra o outro.

Como muitas mulheres, Evie sofre assédio moral aparentemente apenas por ter uma vagina — embora tecnicamente, para se "ser mulher" não precise de uma —, e quando tratada com extrema condescendência diante de um Carter inexperiente, isso causa nela um misto de sentimentos que a faz agir sem tato com ele. E o que causou estresse em mim foi ele não entendê-la! Às vezes ele até percebia uma certa diferença, mas como todo privilegiado, não foi capaz de entender a totalidade dos problemas de se pertencer a uma minoria social.

[...] deve ser difícil ser mulher. Ser magra demais ou gorda demais. Faça um trabalho impecável, mas não se destaque entre os homens. Fale o que pensa, mas não seja rabugenta. Sorria. E ainda há pessoas [...] que jogam com isso tudo. [...]

Carter é um homem muito bacana, ele realmente gosta dela e faz o máximo para respeitá-la e não obter nenhuma vantagem; mas mesmo assim, só o fato de pertencer ao gênero masculino, a vantagem está tacitamente impressa nele, e o mínimo que poderia fazer nessa ocasião é reconhecer, o que se torna difícil para ele, que também está sofrendo pressão profissional, afinal também precisa do emprego e isso causa animosidade e rivalidade entre duas pessoas que não estavam preparadas nem para os sentimentos de afeto nem para o estresse no serviço.

Gostei demais da discussão que o livro pode nos levar a ter. A equidade de gênero é algo que está a léguas de ser alcançado, e por mais que os machistas "light" modernos batam no peito dizendo que já está tudo bem, pois "elas até podem trabalhar", ou que "preferia que fosse como antigamente, onde não podia sequer escolher marido?", pensar de modo feminista e divulgar sua necessidade em um mundo patriarcal é uma luta diária.

O que me causou certa estranheza foi que apesar de eles terem cinco anos de diferença de idade, é posto como se isso fosse impactante mesmo em uma cidade moderna e cosmopolita como LA, o que senti como algo meio estranho. Se fosse no bairro onde cresci talvez isso fosse um peso, mas acho desproporcional no caso deles, na cidade do pecado e tal.

Então acho que se as autoras queriam dar destaque ao envolvimento de uma mulher mais velha com um homem mais jovem, poderiam ter colocado uma diferença maior. De todo modo, amei os personagens, os pensamentos que a obra me levou e todo o resto.

Visão Geral

Plot 9
Personagens 10
Impacto Pessoal 9,5
Final 10

Em Suma

Divertido. Apaixonante. Necessário | 9,6

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