Resenha | Casa de Céu e Sopro #2, por Sarah J. Maas

Capa do livro resenhado

Ficha Técnica

Cidade da Lua Crescente Volume 2
Gênero: New Adult/ Fantasia
Nome original:House of Sky and Breath
Publicação: 2022
Editora: Record/ Galera
Narrativa em 3ª Pessoa
1112 páginas

Sinopse

O poder mais mortal. A paixão mais feroz. O destino mais cruel.

Bryce Quinlan e Hunt Athalar fizeram um pacto. Enquanto processam os eventos da última primavera, eles irão manter as coisas... platônicas... até o solstício. Eles salvaram a Cidade da Lua Crescente, mas com tanto frenesi acontecendo ultimamente, eles desejam, mais do que qualquer coisa, uma oportunidade de relaxar. Desacelerar. E descobrir o que o futuro lhes reserva. Mas quando a tensão suspensa entre os dois alcançar um nível insustentável, prestes a incendiar a Cidade da Lua Crescente, eles serão capazes de resistir?

Enquanto isso, para os dois, a iminência do perigo não está ainda fora de questão. Arrastados para um movimento rebelde do qual não querem tomar partido, Bryce, Hunt e seus amigos veem a si mesmos contra os sinistros asteri – de quem, custe o que custar, precisam evitar ser percebidos.

No entanto, quanto mais conhecem as causas desse movimento revolucionário, mais se aproximam de uma inevitável escolha: permanecer quietos enquanto outros são oprimidos... ou lutar.

E eles nunca foram muito bons em manter silêncio.

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Os acontecimentos da última primavera tornaram Bryce e Hunt uma espécie de celebridades, e mesmo que as lembranças façam ela sentir como se estivesse com uma ferida aberta em alguns momentos, ambos são admirados como heróis. Sabendo estar sob observação constante dos asteri, o casal tenta ao máximo se manter despercebido.

Indo devagar em sua recente relação, Bryce e Hunt têm estado em uma forte tensão sexual desde o início da história, resultado de decidirem não fazer sexo até o Solstício de Inverno. Tudo começou porque a moça sentia uma intensa fragilidade emocional na época; agora os pombinhos têm intimidade o suficiente e estão quase subindo pelas paredes, contudo ambos estão determinados a cumprir a promessa.

Esse afastamento físico contribui para deixar ela ainda mais à mercê do Rei Outonal, prometendo a filha em casamento ao primo Cormac. E por mais impetuosa que ela seja, Bryce não tem muito poder de escolha por ser uma fêmea oficialmente solteira.

Enquanto isso os jogos políticos em Lunathion continuam acontecendo, e Celestina é nomeada como nova governadora. A arcanjo parece realmente ser do bem, mas as experiências anteriores de Hunt garantem que ele se mantenha atento e com o pé atrás com a nova chefe.

Nessa edição há espaço para diversos personagens, e um de destaque é Tharion. O tritão é responsável pela investigação da suposta morte de Sofie Renast, uma personagem nova apresentada no prólogo e que tem ligação com rebeldes. Ao seguir as pistas no passado dela, Tharion chega ao nome de Danika, o que o leva a pedir ajuda a Bryce para tentar entender o mistério.

Esse caso somado a alguns acontecimentos fazem com que a semifeérica se envolva na causa rebelde. Ainda que Hunt seja contra a princípio por se preocupar com a segurança e entender bem as consequências, ele e muitos dos seus amigos acabam seguindo o mesmo caminho de Bryce. Porém, mesmo sendo uma luta justa, logo muitos se tocam de que em meio aos rebeldes também há extremistas mais preocupados em ter poder do que lutar pela causa, o que torna tudo um jogo muito complexo.

Diferente da irmã, Ruhn passa a ser um informante a contragosto. Ele começa a ter contato com uma misteriosa espiã, de quem só sabe o codinome. Ela é tão desconhecida que o príncipe nem mesmo consegue saber como é seu rosto, mas isso não o impede de começar a ter sentimentos por ela.

E se tem uma coisa que gosto de Ruhn é sua relação com Bryce. Ele nunca tem nada de inveja, somente amor pela irmã. Se o feérico fosse orgulhoso, sua posição poderia muito bem deixá-lo se sentir humilhado; ao invés disso, ele está sempre ao lado dela, mesmo ao desobedecer às leis e desafiar o pai.

Como a trama já construiu todo o universo e descreveu bem seu funcionamento, a narrativa é realmente bem mais dinâmica. Continua tendo investigação e mistérios a serem desvendados, mas o ritmo é bem acelerado. Outro fator que deu uma melhorada na série foi o múltiplo desenvolvimento de personagens. O que não faltam são reviravoltas e surpresas.

A cada passo o grupo precisa se manter apreensivo e alerta com seus planos. Estar sob escrutínio dos asteri somado à presença dos triários de Sandriel deixa a situação muito periclitante; e a existência de extremistas entre os rebeldes os faz seguir um caminho no meio, a fim de focar no objetivo final de forma criteriosa. E dessa vez, juntar as peças do quebra-cabeças pode levar a consequências desconcertantes, que afetam até mesmo a História oficial de todo o mundo.

Tem muito mais coisa acontecendo, como Hunt com novos poderes e personagens misteriosos surgindo, e de algum modo tudo volta a Bryce, que também tem aprendido mais sobre ser uma Estrelada. A autora conseguiu expandir ainda mais a mitologia desse mundo já enorme, e deixou a trama envolvente desde o começo.

Um detalhe que pode ter passado despercebido é que dessa vez há uma descrição mais fiel dos personagens. Dentre outras diversas publicações, a versão inicial Casa de Terra e Sangue teve embranquecimento, uso de termos ambíguos ou anulação das características étnicas de personagens. Isso levou a uma onda de protestos online de leitores, que também é um alerta a respeito do tipo de valores adotados por diferentes editoras no nosso país.

Não cheguei a ver a edição revista do volume um, mas em Casa de Céu e Sopro cheguei a ficar até alguns minutos atônita com o impacto ao perceber como haviam tirado de mim (e de várias pessoas como eu) uma simples descrição fiel; ver representatividade é tão raro que foi um triunfo vê-la ser exigida por parte do público nesse caso de apagamento. Acho que só quem não compõe uma minoria não sentirá a importância disso. E editoras: continuem a pelo menos fazer o mínimo de traduzir adequadamente.

Embora tenha gostado de tudo que vi até agora, por enquanto Cidade da Lua Crescente não me deixou no nível de apego que tenho nas demais sagas da autora. Contudo os momentos finais com a ideia de explorar o multiverso dos feéricos é sensacional, deixando altas expectativas! Temos que esperar para ver, pois Sarah J. Maas já brincou com o tema antes, mas dessa vez parece trazer algo mais complexo. O maior problema que passei foi ter feito essa leitura logo no lançamento; ou seja, loooonga espera pela sequência.

Visão Geral

Plot 8,5
Personagens 10
Impacto Pessoal 9
Final 9

Em Suma

Escrita Cativante. Divertido. Empolgante | 9,1

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