Resenha | TETO PARA DOIS, por Beth O’Leary

Capa do livro resenhado

Ficha Técnica

Gênero: Romance Contemporâneo
Publicação: 2019
Editora: Intrínseca
380 páginas

Sinopse

Três meses após o término do seu relacionamento, Tiffy finalmente sai do apartamento do ex-namorado. Agora ela precisa para ontem de um lugar barato para morar. Contrariando os amigos, ela topa um acordo bastante inusitado. Leon está enrolado com questões financeiras e tem uma ideia pouco convencional para arranjar dinheiro rápido: sublocar seu apartamento, onde fica apenas no período da manhã e da tarde nos dias úteis, já que passa os finais de semana com a namorada e trabalha como enfermeiro no turno da noite. Só que tem um detalhe importante: o lugar tem apenas uma cama. Sem nunca terem se encontrado pessoalmente, Leon e Tiffy fecham um contrato de seis meses e passam a resolver as trivialidades do dia a dia por Post-its espalhados pela casa. Mas será que essa solução aparentemente perfeita resiste a um ex-namorado obsessivo, uma namorada ciumenta, um irmão encrencado, dois empregos exigentes e alguns amigos superprotetores?

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Resenha

Em uma narrativa em primeira pessoa alternada entre Tiffy e Leon, acompanhamos duas vidas em paralelo que passam a se entrelaçar da maneira mais peculiar possível: dividindo uma cama de um apartamento. Mas pera lá; o que acontece é o seguinte: Tiffy está precisando urgentemente de um lugar para alugar, que seja minimamente habitável e bem barato, pois ela ganha muito mal e vive em Londres, uma capital caríssima.

Leon, que está com o irmão preso, precisa bastante de dinheiro para pagar os honorários do advogado. Juntando o útil ao necessário, ele anuncia o apartamento para dividi-lo em horários alternados durante a semana, que é onde entra Tiffy, e ambos entram em um acordo. Por causa dos ciúmes da namorada, Leon sequer vê a moça a princípio, então eles começam a se comunicar por meio de recadinhos pela casa, começando assim uma estranha e forte amizade.

O que levou Tiffy a procurar desesperadamente um local para morar foi o fato de ela ainda estar morando no apartamento de seu ex-namorado bastante tóxico, que só servia para sugar suas energias e abandoná-la repetidas vezes. Cansada das idas e vindas de seu relacionamento e motivada por um não tão gentil pedido dele, ela toma a coragem de finalmente dar rumo à própria vida.

[...] Estou pensando em dormir na cama de um estranho? Em realmente sair do apartamento de Justin? [...]

Sendo enfermeiro de cuidados paliativos, Leon está sempre trabalhando em horários noturnos a fim de ter uma melhor remuneração; ele é uma pessoa bastante reservada e é capaz de contar nos dedos das mãos a quantidade de pessoas com que consegue manter uma relação, sendo assim o extremo oposto da extrovertida Tiffy. Por estar também preocupado e ocupado com a situação de Richie – seu irmão –, ele não atende às necessidades de sua namorada, que não tem sido muito parceira.

[...] Solto um grito estrangulado. Parece que alguém vomitou arco-íris e estampas, cobrindo toda superfície com cores que nunca estariam juntas na natureza. Cobertor horrível e comido por traças em cima da cama. Uma enorme máquina de costura bege ocupa quase a escrivaninha toda. E roupas... roupas em todos os cantos. [...]

Embora seja uma dedicada editora assistente, Tiffy nunca consegue uma promoção e agora precisa superar as feridas emocionais provocadas por Justin, o embuste que a magoou. Eles passam meses se comunicando de uma maneira “alternativa”, mas acabam sendo muito bons um para o outro, pois mesmo em suas diferenças, acabam se apoiando mutuamente e formando uma encantadora parceria.

Tiffy é uma mulher divertida, com bastante personalidade e autêntica de um jeito especial; ainda assim, mesmo sendo cheia de qualidades, não consegue enxergar muito bem as coisas boas que a compõe, afinal seus sentimentos foram “contaminados” pelos abusos constantes e às vezes imperceptíveis de Justin. Eu facilmente me tornaria amiga dessa moça; infelizmente, é bem comum conhecer muitas “Tiffys” em nossa vida, e nosso papel é sempre apoiar, assim como seus amigos fazem com esta da ficção. Sem suporte é quase impossível sair da areia movediça que é um relacionamento abusivo.

[...] Relacionamentos como esse param de ser “voluntários” muito rápido. Existem muitas maneiras de uma pessoa fazer a outra ficar, ou achar que quer ficar. [...]

Gostei bastante do fato de Leon não ser aquele clássico “macho-alfa” nem o perfeito e principesco personagem tão comum nos livros românticos; ele é palpável, gentil, e bastante humano – inclusive é bem acomodado romanticamente. Mesmo ajudando indiretamente Tiffy a superar seus problemas, ele não é o príncipe encantado que vai simplesmente salvá-la. A rede de apoio formada por ele e os antigos amigos dela são essenciais, mas não há um responsável e, assim como na realidade, inexiste um grande salvador. Mesmo sem algum acontecimento especial de reviravolta, temos aqui lindas amizades, superação e amadurecimento, o que me fez ler super-rápido.

Visão Geral

Plot 9,5
Personagens 9
Impacto Pessoal 8
Final 8,5

Em Suma

Apaixonante. Empolgante. Divertido | 8,8

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